Para quem acha que a Guerra Fria acabou, se prepare
A União Soviética respondeu ontem, através da agência Tass, ao discurso em que o Presidente Jimmy Carter anunciou as represálias pela intervenção daquele país no Afeganistão, acusando os Estados Unidos de violarem compromissos assumidos com a URSS e de utilizarem métodos da "Guerra Fria".
"São exatamente as ações imperialistas dos círculos governamentais norte-americanos que está criando ameaças à paz", disse a Tass, rebatendo as acusações de que a presença de tropas soviéticas no Afeganistão coloca a paz mundial em risco.
Moscou também, através do "Pravada" (órgão oficial do Partido Comunista) advertiu o Paquistão para que se mantenha fora do conflito no Afeganistão.
Carter decidiu suspender o embargo de venda de armas ao governo paquistanês, que se sente ameaçado pela proximidade das tropas soviéticas.
Enquanto o secretário da Defesa dos EUA, Harold Brown, está em Pequim para debater a crise e pedir uma atitude mais ativa dos chineses contra os soviéticos, na Europa Ocidental há unanimidade na aprovação das represálias que o presidente Jimmy Carter anunciou.
O Partido Comunista Francês, entretanto, em nota distribuída ontem, diz que não houve interferência soviética no Afeganistão, e sim "ajuda contra uma rebelião apoiada do Exterior".
Em Washington, fontes governamentais informaram ontem que os EUA estudam meios de ajudar os rebeldes afegãos na luta contra a ocupação do país.
06 de janeiro de 1980