E lá vamos nós para a corrida do ouro
O ouro disparou ontem nos principais mercados mundiais, subindo, somente em Londres, US$ 83 por onça, quando a cotação atingiu os US$ 650. O mesmo preço foi registrado em Hong Kong e Zurique, onde o mercado foi suspenso por falta de vendedores. Enquanto isso, o dólar norte-americano caía nos mercados europeus, obrigando os principais bancos centrais a sustentá-lo.
Segundo o ministro das Finanças da África do Sul, Owen Horwood, a onça de 31,1 gramas poderá ser comprada a US$ 750 ainda este mês e ele não descarta a possibilidade de o metal ser vendido a US$ 1 mil a onça antes do final do ano.
O ressurgimento da "guerra fria" entra os Estados Unidos e a União Soviética, em consequência da invasão do Afeganistão, provocou o caos em muitos mercados e queda nas bolsas de Nova York, Londres e Paris, "Pânico, histeria e loucura" eram as palavras mais ouvidas nos grandes centros financeiros do Ocidente, e a onda especulativa não atingia somente o ouro, mas outros metais como a prata, o cobre, a platina e o chumbo, que também bateram recordes de alta.
A procura pelo ouro se tornou ainda mais intensa depois que o Fundo Monetário Internacional recebeu, em Washington, ofertas de compra de 1.340.000 onças para um total de 444.000 que colocou à venda.
O dólar norte-americano sofreu ontem a mais baixa cotação de sua história no mercado de Frankfurt, onde foi cotado a 1,7062 marco.
04 de janeiro de 1980
