Inflação em 79 só perde para a de 64

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O ministro do Planejamento disse que essa inflação de 77,2% não se repetirá


A taxa de inflação atingiu 77,2% no ano passado - o mais alto nível desde 1964, quando o índice geral de preços foi de 91,9% -, com o mês de dezembro registrando 7,3%.

A informação foi divulgada ontem no Rio pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), revelando ainda que, no mês passado, o índice de preços no atacado chegou a 7,2%, o custo de vida no Rio a 8,6% e a variação do custo da construção civil, também no Rio, a 3,7%. A média ponderada destes três índices dá a média da inflação. Novamente, em dezembro, o governo "expurgou" o índice de preços no atacado para efeito de correção monetária, que caiu, assim, de 7,2% para 6,1%.

A FGV justificou o alto nível de inflação dizendo "que parte substancial há de ser creditada a uma política deliberada do governo no sentido de atualizar preços que estavam defasados, seja porque certos preços externos não se achavam corretamente traduzidos em moeda nacional, seja porque outros preços não poderiam continuar contidos em um quadro de altas generalizadas. Assim, em 1979, viveu-se o paradoxo da inflação corretiva de alta mais moderada no futuro".

Explicação semelhante foi dada em Brasília pelo ministro do Planejamento, Delfim Neto, ao prever que "os 77,2% não se repetirá este ano". Ele admitiu que novamente em 1980 o governo terá que praticar a "inflação corretiva" (elevação deliberada de certos preços administrados), mas ressaltou que será em nível bem menor do que o ano passado.

04 de janeiro de 1980