Morte de ministro deixa o país sem comando na Justiça

0 comments / comentários

Sem Petrônio na Justiça, o mais cotado é Sarney


   O presidente João Batista Figueiredo empossou ontem o chefe do Gabinete Civil, Golberi do Couto e Silva, como ministro da Justiça, para substituir, temporariamente, o senador Petrônio Portela, que faleceu domingo e foi sepultado ontem no Campo da Esperança, em Brasília.
  
  Segundo o ministro da Comunicação Social, Said Farhat, Golberi acumulará a pasta da Justiça com a chefia do Gabinete Civil no máximo até o final da semana, prazo em que o Presidente pretende escolher o substituto definitivo de Petrônio Portela. Farhat acrescentou que o nome sairá da área política, e nos corredores do Palácio do Planalto eram citados o presidente da extinta Arena, senador José Sarney; os líderes no Senado, Jarbas Passarinho, e na Câmara, Nelson Marchezan; o ex-governador e ex-ministro do Interior, Rondon Pacheco e o ex-presidente da Arena e ex-presidente do Senado Daniel Krieger (que recentemente retornou à vida política, reconciliando-se com o govenro).
   
   Especulava-se também sobre a possibilidade de Golberi manter a pasta da Justiça, caso em que o secretários particular do Presidente, Heitor de Aquino, passaria a ocupar o Gabinete Civil.
   
   Ao sepultamento de Petrônio Portela compareceram o Presidente Figueiredo e o vice-presidente Aureliano Chaves, o ex-presidente Geisel, todos os ministros de Estado, vários governadores, entre eles José Maria Marin, governador em exercício de São Paulo, parlamentares e cerca de mil pessoas.
   
   Tanto governistas quanto oposicionistas de todo o País lembraram a habilidade política de Portela e ressaltaram sua contribuição para o atual processo de abertura, ressalvando que sua morte inesperada não deverá provocar retrocessos.

   Petrônio, no sábado, havia negado que tinha sofrido um enfarte, e seu médico, o Dr. João Romão, disse ter sido apenas um 'distúrbio gástrico, como informado no jornal de sábado.

terça-feira, 08 de janeiro de 1980