Em 80, a meta é interiorizar a indústria

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Governo tentará conter as metrópoles


  O Governo não abre mão da descentralização industrial, disse o ministro da Indústria e Comércio Camilo Pena, acrescentando que esta política "voltará a plena carga este ano", a começar por São Paulo. O ministro explicou, porém , que em nenhum momento haverá transferência de indústrias forçada por incentivos que acabam viabilizando "projetos inviáveis". A intenção é fazer com que as grandes metrópoles cedam suas novas indústrias ao interior, de preferência às regiões economicamente mais pobres.

  Camilo Pena, que se nega a aceitar uma orientação de "crescimento a qualquer custo", advertiu que se o capital privado nacional não colaborar para essa meta, o capital multinacional será convocado.

  A descentralização industrial das metrópoles será executada em duas etapas: na primeira, a curto prazo, será promovido o deslocamento da metrópole em direção ao interior do Estado, caso específico de São Paulo; a segunda visa atingir outras regiões do País, notadamente as mais pobres. Segundo o ministro, os contatos com o empresariado nacional e de multinacionais já tiveram início, visando a sensibilizá-los para que dêem preferência às regiões menos industrializadas.

  Para Camilo Pena a desconcentração deverá trazer um alívio para os cofres públicos, pois enquanto o industrial localizado em áreas como a Grande São Paulo preocupa se em utilizar ao máximo as vantagens da economia de escala, os custos de infra-estrutura e estrutura cobertos pelo setor público, como energia elétrica, água, esgoto e educação têm custos cada vez mais elevados.

2 de janeiro de 1980