Com proposta do Irã, ONU reabre debate

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O mundo todo parece estar em conflito


   O Conselho de Segurança das Nações Unidas reiniciou ontem os debates em torno da aplicação de sanções econômicas contra o Irã, os quais haviam sido suspensos na noite de sexta-feira depois que a chancelaria iraniana enviou uma proposta tendente a resolver a cise com a tomada da embaixada dos EUA em Teerã.
   A proposta iraniana pede a formação de uma comissão da ONU para investigar os crimes do deposto governo do xá Reza Pahlevi, o reconhecimento do direito do Irã de pedir a extradição do ex-monarca e o descongelamento pelos EUA dos fundos iranianos.
   O representante norte-americano na ONU, embora relutando, concordará com a suspensão por 24 horas dos debates, o que foi interpretado pelos observadores como mais uma tentativa de Washington de buscar uma saída negociada para a crise.

   O ministro Luis Felipe Lampréia, da embaixada do brasil em Washington, será o representante brasileiro na reunião de amanhã na capital norte-americana, convocada pelos Estados Unidos para tratar com as demais nações exportadoras de sementes oleaginosos da suspensão das vendas para a união Soviética.
   A indicação de Lampréia, e não a do embaixador Azeredo da Silveira, demonstra o pouco interesse oficial em torno da reunião, segundo revelam fontes do Itamarati, pois o governo brasileiro não teria a intenção de se associar a um boicote econômico contra a URSS decidindo unilateralmente pelos USA.
   O Itamarati instruiu Lampréia para "mais ouvir do que falar" e deu a entender que a presença de um representante do Brasil na reunião se deve mais a uma questão de "etiqueta diplomática".

13 de jenairo de 1980